Xukuru Human Rights

This is the Formal Letter from the 12th Assembly of the Xukuru People - Originally Posted on the web page of CIMI (The Catholic Indigenous Missionary - link provided below) This letter outlines the organized and collectively identified mission and goals of the Xukuru for the coming year (2012 - 2013) and summarizes the issues discussed at this year's assembly. Xukuru People of Ororubá conduct assembly with focus on agriculture through Living Well Original posting CIMI: http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=6285&action=read Translation by Meg Kidd - Sent to us by Meg on May 25, 2012: For a militant agriculture through for Living Well, which breaks with the colonized perspectiveof utilization of Mother Earth, the Xukuru of Ororubá held between Thursday May 17th and Sunday 20th , the XII Assembly of the people with the traditional warrior descent from the Sierra Ororubá toward Pesqueira, Pernambuco, symbol and memory of the struggle of the Xukuru people for occupation of the territory. At the end of the encounter, the indigenous people wrote a letter with the main points discussed in the four-day meeting. Read in full: Letter from the XII Assembly of the Xukuru of Ororubá We, the Xukuru People of Ororubá, men and women illuminated by the force of Sacred Nature, met in the XII Assembly, which had as theme: "Limolaigo Toípe - Land of the Ancestors: Xukuru Agriculture practicing Living Well", from May 17 to 20, 2012 in the village of Capim de Planta, with representatives of the villages: Pão de Açucar, Pé de Serra, Cana Brava, Brejinho, Afetos, Caípe, Caetano, Couro Dantas, Oiti, Caldeirão, Capim de Planta, Lagoa, Cimbres, Sucupira, Guarda Jatobá, Pedra d`água, Curral Velho, São José, Gitó, Mascarenhas, Santana, Passagem e Cajueiro; in addition to partners and allies of our people, among them: the Potiguara People, Truká People, Xukuru Kariri People, Wassu Cocal People, Kapinawá People, Kambiwá People, CIMI, APOINME, la Quilombo Community la Negros do Osso,, SESAI, SECRETARIAT OF AGRICULTURE, SAF / MDA, SEDUC, IPA, CONSEA / PE, ADAGRO, State Secretariat for Women, the State Secretariat of Education, SEAF, Movemento Mangue- Crew, Movemento Pé no Chão, Rede Reflectação, Centro Josué de Castro, CDAPP and DIOCESE DE PESQUEIRA. Concerned with the dwelling of our Ancestors, and our relationship with Mother Earth, we reflect on the type of agriculture that we desire. Observing the current practices and uses in our territory, we identify and reflect on the elements that might make fragile and those that can strengthen the Project for the Future of our people. Recuperating the memory of other assemblies, we verified that concern for Mother Earth has always been present. In this meeting, we deepen the debate to ensure our autonomy in syntony with the principles of Good Living and of Sacred Nature. Thus, we believe that Xukuru Agriculture has as principles: • Respect for Mother Earth; • Ensure the collective usufruct of the Xukuru territory and the free Earth; • To attend to the basic necessities of the family and not the accumulation of wealth in the hands of the few; • The consciousness of care and concern, and not of exploitation of nature ensuring our Health This consciousness has an intimate relationship with the Education of the people, valuing also learning with others in daily living; • Dialogue with Sacred Nature, for it is she who is able to give the answers for the time of planting and harvesting, and conducting tilling of the fields; having as reference the customs of our ancestors; • To esteem in equality of the conditions in access to all that nature offers us; • Not to commercialize, but to preserve, protect and care for our Mother Earth; • To recognize the mutual rights and responsibilities for the common good; • Everything must be done with autonomy and liberty, free from the production rules of the market and from government policies contrary to our project of life. We reaffirm that for us nature is sacred, is the dwelling place of our enchantments. To injure her is to commit to our own lives and those of all living beings. While we have water, earth and forest we exist and live well. For this, we have to live practices that ensure the land be free, the waters alive and the forests protected. The religion is our source of strength and wisdom. The Xukuru People are opposed to any and all governmental practice that disrespects the dignity and lives of the Indigenous Peoples of Brazil. Therefore, we oppose the approval of PEC 215 and the PEC 038 and, in addition to development projects such as the PAC. And in opposition to any measure that might injure the rights of indigenous peoples, in particular Articles 231 and 232 of the Federal Constitution of 1988. That the government respect the decision of the indigenous peoples, quilombolas and traditional communities in order to have time for a broader discussion on the regulation of the consultation process as recommended by Convention 169 of the ILO. Aldeia Capim de Planta, May 19, 2012. And tell the people to go forth! *** Povo Xukuru do Ororubá realiza assembleia com foco na agricultura pelo Bem Viver Inserido por: Administrador em 23/05/2012. Fonte da notícia: Assessoria de Comunicação - Cimi http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=6285&action=read Por uma agricultura militante pelo Bem Viver, que rompa com a perspectiva colonizada de utilização da Mãe terra, o povo Xukuru do Ororubá realizou entre a última quinta-feira, 17, e domingo, 20, a XII Assembleia do povo com a guerreira e tradicional descida da Serra do Ororubá rumo ao município de Pesqueira, Pernambuco, símbolo e memória da luta do povo Xukuru pela ocupação do território. Ao final do encontro, os indígenas escreveram uma carta com os principais pontos debatidos nos quatro dias de assembleia. Leia na íntegra: Carta da XII Assembleia do povo Xukuru do Ororubá Nós, Povo Xukuru do Ororubá, iluminados e iluminadas pela força da Natureza Sagrada, nos reunimos na XII Assembleia, que teve como Tema: “Limolaigo Toípe – Terra dos Ancestrais: Agricultura Xukuru praticando o Bem Viver”, no período de 17 a 20 de maio de 2012, na aldeia Capim de Planta, com representantes das aldeias: Pão de Açucar, Pé de Serra, Cana Brava, Brejinho, Afetos, Caípe, Caetano, Couro Dantas, Oiti, Caldeirão, Capim de Planta, Lagoa, Cimbres, Sucupira, Guarda Jatobá, Pedra d`água, Curral Velho, São José, Gitó, Mascarenhas, Santana, Passagem e Cajueiro; além dos parceiros e aliados do nosso povo, dentre eles: Povo Potiguara, Povo Truká, Povo Xukuru Kariri, Povo Wassu Cocal, Povo Kapinawá, Povo Kambiwá, CIMI, APOINME, Comunidade Quilombo la Negros do Osso, SESAI, SECRETARIA DE AGRICULTURA, SAF/MDA, SEDUC, IPA, CONSEA/PE, ADAGRO, Secretaria Estadual da Mulher, Secretaria Estadual de Educação, SEAF, Movimento Mangue-Crew, Movimento Pé no Chão, Rede Reflectação, Centro Josué de Castro, CDAPP e DIOCESE DE PESQUEIRA. Preocupados com a morada de nossos Ancestrais, e a nossa relação com a Mãe Terra, realizamos uma reflexão sobre o tipo de agricultura que desejamos. Observando as práticas e usos atuais em nosso território, identificamos e refletimos sobre os elementos que poderiam fragilizar e aqueles que podem fortalecem o Projeto de Futuro de nosso povo. Recuperando a memória de outras assembleias, verificamos que a preocupação com a Mãe Terra sempre esteve presente. Neste encontro, aprofundamos o debate para garantir a nossa autonomia em sintonia com os princípios do Bem Viver e da Natureza Sagrada. Deste modo, entendemos que a Agricultura Xukuru tem como princípios: • O respeito à Mãe Terra; • Garantir o usufruto coletivo do território Xukuru e a Terra livre; • Atender as necessidades básicas da família e, não o acúmulo de riquezas nas mãos de poucos; • A consciência de cuidado e zelo, e não de exploração da natureza garantindo a nossa Saúde. Esta consciência tem relação íntima com a Educação do povo, valorizando também o aprendizado com o outro, na convivência diária; • O diálogo com a Natureza Sagrada, pois é ela quem pode dar as respostas para o tempo de plantio e colheita, além da condução da lavoura; tendo como referência os costumes de nossos ancestrais; • Prezar pela igualdade de condições no acesso a tudo que a natureza nos oferece; • Não comercializar, mas, preservar, zelar e cuidar da nossa Mãe Terra; • Reconhecer os direitos e responsabilidades mutua para o bem comum; • Tudo deve ser realizado com autonomia e liberdade, livre das regras da produção de mercado e de políticas de governo contrárias ao nosso projeto de vida. Reafirmamos que para nós a natureza é sagrada, é o local de morada dos nossos encantos. Feri-la é comprometer as nossas próprias vidas e de todos os seres viventes. Enquanto tivermos água, terra e mata nós existiremos e bem viveremos. Para isso, temos que vivenciar práticas que garantam a terra livre, as águas vivas e as matas protegidas. A religiosidade é nossa fonte de força e sabedoria. O Povo Xukuru é contra toda e qualquer prática governamental que desrespeite a dignidade e a vida dos Povos Indígenas do Brasil. Portanto, somos contra a aprovação da PEC 215 e a PEC 038, além dos projetos desenvolvimentistas como o PAC. E contra qualquer medida que venha a ferir os direitos indígenas, em especial os artigos 231 e 232 da Constituição Federal de 1988. Que o governo respeite a decisão dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para que se tenha um tempo para uma discussão mais ampla sobre a regulamentação do processo de consulta como preconiza a convenção 169 da OIT. Aldeia Capim de Planta, 19 de maio de 2012. E diga ao povo que avance!